terça-feira, 29 de maio de 2012

Sem título


Sento-me neste Café, e reflito.
Penso no lugar que já não existe. O solo que agora piso, fora de terra calcada, com pedras soltas, perdidas e pequenas a fazer um trilho que seguia em criança.
Fumo o meu cigarro e escrevo. Escrevo isto sem pensar, simplesmente balbuciando e, em cada pausa da minha escrita, chega-me à mente a nostalgia da minha infância. Era feliz. Sim, era uma criança feliz. Ingénua e feliz!
Agora, pela escrita e pintura e piano e voz, exprimo a minha angústia de tanto pensar. Penso demasiado. Sofro aquilo a que chamam de "doença de artista". Sou nova e tenho consciência disso mas a idade não define a maturidade, correcto?
Olho para a porta de entrada e noto um casal, de meia idade, sentados no beliche. Parecem felizes. Sinto um pouco de inveja da sua felicidade. Vejo em suas faces sorrisos sinceros, a felicidadea demonstrar-se pura. Parece provocar-me.
Desvio o meu olhar, bebo o meu café e finjo não me importar.

28-Maio-2012

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